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NOTA DE ESCLARECIMENTO

A sociedade nunca foi justa e muitas vezes, é cruel. As tratativas sobre racismo se expandem a todos os segmentos, incluindo aí, o futebol. Exemplos negativos não faltam, como as ofensas a Vinicius Junior se repetindo nos jogos do Real Madrid. Depois do acontecido com o lateral Robinho em Corumbá há algumas temporadas, esse ano nos deparamos com dois casos: o primeiro envolvendo o jogador Vinicius Machado, da AA Portuguesa, e depois Rosalino Francisco Sanca, árbitro da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS).

Nossa instituição não comunga com/ou encobre qualquer tipo de agressão, muito menos uma de injúria racial. Mas temos que esclarecer alguns pontos que merecem tratativas. O agredido precisou de um tempo para absorver o tamanho da atitude tomada por um integrante de Comissão Técnica de uma equipe profissional, ou pelo menos tem a premissa, pois até onde se sabe, só tomou conhecimento do fato após o término do jogo através de mídias sociais, caso contrário, geraria a expulsão desse integrante da CT de imediato.

A Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul segue ritos jurídicos, a qual acreditamos ser mais eficiente do que apenas um manifesto, que apesar de importante, pode ser facilmente esquecido e, nesse caso, nos esforçamos para que não seja. No caso do jogador Vinicius, seguimos acompanhando com informações de abertura de investigação por parte da Polícia Militar que, segundo denúncia, era o mesmo integrante da corporação e após encerrado o inquérito militar, tomaremos medidas esportivas cabíveis ao caso.

Para o jogo de Costa Rica, após contato com o Sindicato de Árbitros, instituição de classe representativa dos árbitros, procedemos a judicialização de ação no mesmo dia, junto a justiça desportiva e a FFMS promoveu ainda a denúncia ao Conselho Regional de Medicina (CRM/MS) contra o médico Marcus André dos Santos, por supostamente ter proferido as palavras de injúria.

Foi agendado uma reunião com a presidente do Fórum Permanente das Entidades do Movimento Negro de Mato Grosso do Sul para estabelecermos algumas ações conjuntas de efetivo combate à discriminação nos campos de futebol.

Dessa forma, esclarecemos que todas as medidas que os casos requereram foram tomadas, ao largo de opiniões públicas sobre a conduta da instituição. Nosso tempo é o da verdade e da busca pela apuração dos fatos e punição rigorosa àqueles que insistem em trilhar caminho contrário à universalização dos povos, dos costumes e da paz.

Nos jogos dessa rodada antes do início de cada partida teremos um minuto de silêncio. As equipes deverão permanecer no seu lado do campo, jogadores abraçados sobre a linha do círculo central, os árbitros entre as duas equipes de frente para a tribuna.

Tal movimento visa lembrar de nossa indignação pelos momentos de injúria racial vividos nestas últimas semanas durante nossos eventos.

Marco Antonio Tavares

Vice-Presidente da FFMS e Diretor de Competições